Marina Gonçalves notou, no período de declarações políticas, esta quarta-feira, no Parlamento, que passaram três semanas da nova legislatura em que se discutiram “logótipos, um Programa marcado pela falta de diálogo camuflada de aproximação a medidas escolhidas a dedo, e um compromisso imediato com a classe média que, afinal, não é mais que um acrescento, seis vezes inferior ao que o Governo [do PS] apresentou e o Parlamento, na legislatura passada, aprovou”, estando refletido na vida dos portugueses desde janeiro de 2024.Lamentando que “as promessas de estabilidade e de diálogo” ainda não tenham chegado ao Parlamento, a vice-presidente da bancada socialista alertou que “não é possível dialogar sem diálogo”.

“Num Parlamento com uma responsabilidade acrescida e um Governo de minoria que precisa de gerar consensos e compromissos, exige-se a humildade que tanto anunciam, mas não praticam”, vincou.Sobre a redução da carga fiscal, Marina Gonçalves sublinhou que “é seis vezes inferior à que foi feita pelo Partido Socialista no Orçamento do Estado para 2024 e muito inferior aos 1.500 milhões de euros”.“O Governo PSD/CDS dá o dito por não dito, apropriando-se agora de uma reforma fiscal que não foi por eles proposta”, criticou a dirigente socialista, pedindo ao Governo que acabe com a “opacidade” e o “truque”.PRR vai ser executado até 2026 apesar da mudança de GovernoReferindo-se em seguida aos fundos comunitários, Marina Gonçalves lamentou que o PSD tenha falado do PT2020, “mas não referindo que o PT2020 tem uma taxa de execução de 100%”.Já sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), salientou que “representará um crescimento do PIB de 2% a 3,5%”, mas o PSD “teima em denegrir e desconsiderar” o plano, apesar de “lá fora ser dado como exemplo”.“Nós bem sabemos que daqui a um mês, seis meses, um ano, estarão a inaugurar obras e a apresentar medidas que dirão que só vocês conseguiram concretizar”, ironizou Marina Gonçalves, acusando o Governo de, sempre que aprova medidas como o IRS ou que inaugura obras, assumi-las como suas.Mas, no caso do PRR, o PS sabe quem o executou e quem definiu as prioridades, tendo a certeza de que “vai ser executado até 2026, apesar da mudança no Governo”, garantiu.Humildade obriga a discutir soluções sem meias-verdadesNo final da sua intervenção, Marina Gonçalves avisou que, “numa legislatura com um papel fundamental do Parlamento, a humildade obriga a discutir soluções sem truques, sem meias-verdades”.“O Partido Socialista já definiu as suas prioridades e apresentará as mesmas para uma discussão alargada no Parlamento: reforçar a redução do IVA da eletricidade, reforçar as deduções de IRS das despesas com habitação, reduzir portagens nas ex-SCUT, alargar o apoio ao alojamento estudantil e excluir os rendimentos dos filhos para o acesso ao Complemento Solidário para Idosos”, enumerou.A vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS acrescentou que, a par destas matérias, os socialistas querem “ser parte ativa na discussão da valorização da Administração Pública”.

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