“Para aquilo que é a vida das pessoas, a vida das empresas, em particular daquelas que têm que utilizar o referencial do dia para o preço da eletricidade, o mecanismo negociado pelo Governo, e em particular pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, foi um mecanismo que tem sido muito útil para baixar o preço da eletricidade”, defendeu o dirigente socialista em entrevista ao ‘Interesse Público’, um programa ao vivo do jornal ‘Público’.Eurico Brilhante Dias congratulou-se pelo “sinal claro do Governo, e em particular do primeiro-ministro”, de que “está a fazer tudo o que pode para controlar os preços, para mitigar o efeito do aumento das matérias-primas energéticas”, sendo uma “intervenção necessária”.

“Estamos a viver momentos relativamente novos para uma geração, que tem que ver com a inflação. A inflação é uma realidade que, nos últimos 25 ou 30 anos, não estava presente na vida dos portugueses. A energia é um bem transversal que tem impacto em todos os setores de atividade”, esclareceu.“Os portugueses precisam – e penso que é essa a natureza da intervenção do Governo – de perceber que o Governo está a monitorizar esse aspeto de forma constante, não permitindo, numa altura em que os preços estão a escalar, a especulação ou a utilização abusiva dos preços”, salientou o líder parlamentar do PS.O presidente da bancada socialista considerou depois que o momento em que “o presidente da Endesa afirma que, potencialmente, temos um aumento de 40% nas faturas a reboque da utilização do mecanismo” não foi “um momento feliz de comunicação”. Tal não corresponde à verdade, “até porque a própria Endesa já disse que não vai aumentar os preços até ao fim do ano”, e, por isso mesmo, “os portugueses precisam de perceber que o Governo não está de braços caídos a olhar para a variação dos preços”, apontou.Depois do anúncio do presidente da Endesa, o primeiro-ministro publicou um despacho que determina que os serviços do Estado não podem pagar faturas da Endesa sem validação prévia pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba. Num tom descontraído, Eurico Brilhante Dias mostrou-se convicto de que “o secretário de Estado João Galamba não passa o dia a assinar faturas”.Para o presidente do Grupo Parlamentar do PS, “acima de tudo, é preciso mostrar que o Governo está vigilante”.Ora, vivemos um momento que, “com a guerra, nos faz enfrentar uma crise diferente de outras que já enfrentámos” e, por isso, “é preciso escolher o lado” em que estamos, indicou Eurico Brilhante Dias, que explicou que “aquilo que aconteceu com a nossa direita é que, invariavelmente, em vez de escolher as pessoas escolhe outros interesses”.“Sempre que falamos entre descer IRC e IRS, a direita quer descer o IRC e os impostos às empresas, e não os impostos às pessoas”, lamentou. “Neste caso, mais uma vez, preocupou-se com os resultados das empresas e menos com as contas das pessoas lá em casa”, notou o socialista.No entanto, Eurico Brilhante Dias não se deixou surpreender com esta tomada de posição por parte do novo líder do PSD: “O Dr. Luís Montenegro vem na linhagem, na senda de um conjunto de políticos e de intervenção política do PPD/PSD que é claramente neoliberal e liberal, muito mais próximo da Iniciativa Liberal do que uma posição social-democrata, por isso não é de estranhar esta posição”.“O Dr. Luís Montenegro tem uma posição mais neoliberal que um social-democrata como era o Dr. Rui Rio, que tinha, como sabemos, laivos de conservadorismo nalgumas matérias, mas que em muitos aspetos era um social-democrata. O Dr. Luís Montenegro é o regresso das políticas neoliberais”, comparou.O líder parlamentar do PS vincou que “o que está em causa é a utilização de recursos públicos”. “As faturas pagam-se com dinheiro que vem dos impostos, portanto parece-me que o Governo mostrar que é vigilante e que acompanha o assunto com cuidado é uma obrigação que o primeiro-ministro acabou por exprimir de forma bastante clara”, destacou.Pode-se concluir que “o Governo procura defender as pessoas, o PPD/PSD não percebeu e prefere sempre defender os interesses instalados”, disse.Serviço público de obstetrícia tem prestado um “serviço único” desde o 25 de AbrilEurico Brilhante Dias comentou em seguida o estado da saúde em Portugal, garantindo que “o serviço público continua a ser o melhor serviço de obstetrícia no país. É onde se fazem mais partos, é onde estão os melhores especialistas”.Revelando que os seus três filhos nasceram na Maternidade Alfredo da Costa, o presidente da bancada do PS asseverou que, se fosse hoje, a escolha recairia, mais uma vez, neste ou noutro serviço público. “O serviço público de obstetrícia e ginecologia tem prestado, desde o 25 de Abril, um serviço único a est

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