As gerações portuguesas mais jovens cresceram num país democrático integrado na União Europeia, no qual o futuro se afigurava próspero e prometia a progressiva conquista de direitos e a melhoria da qualidade de vida.

Contudo, a emergência ecológica, o crescimento das forças antidemocráticas e o aumento das desigualdades sociais e precariedade dos modos de vida têm um impacto cada vez maior e abrangente na vida dos jovens. A maioria vive aquém das condições de vida que os seus pais e avós tiveram e sem perspetivas de estabilidade e de um futuro melhor.Os vários sintomas de crise ambiental, social e política exigem uma agenda de propostas integradas centradas na defesa do equilíbrio climático e ecológico, da igualdade e justiça social, da participação cívica e democrática e de defesa do bem comum. A rapidez e irreversibilidade de algumas das transformações em curso exigem maior responsabilidade e justiça intergeracional relativamente ao mundo que deixamos às gerações vindouras.A mudança climática que dita a escassez de recursos hídricos e um alargamento do território em seca, com a possibilidade de ocorrência tanto de incêndios como de cheias e inundações cada vez mais significativas, continua a ser desvalorizada perante outras prioridades políticas. A perpetuação das dificuldades no Serviço Nacional de Saúde, na Educação e na Justiça, impedem serviços públicos de qualidade e o corte efetivo com o ciclo de reprodução da pobreza, que no nosso país atinge as cinco gerações. O crescimento e normalização das forças antidemocráticas, de que a recente reversão de Roe vs Wade nos EUA é um resultado direto e um exemplo que pode vir a reproduzir-se em outros locais, contraria a ideia de crescentes e necessárias conquistas em termos de igualdade e liberdade.Neste contexto, o Grupo de Contacto do LIVRE destaca a importância das propostas realizadas, nas várias representações locais e na Assembleia da República, nas áreas da educação, política salarial e do trabalho, transição energética e habitação e direitos LGBTQIA+. Entre as quais: a criação de uma rede pública de creches universal e gratuita que deve ser inscrita na rede da escola pública; a análise e teste de novos modelos de organização do trabalho, incluindo a semana de quatro dias; o aumento do salário mínimo nacional para 1000 euros; a denúncia do Tratado da Carta da Energia em sede de Conselho Europeu e nas formações relevantes do Conselho da União Europeia; o aumento do parque habitacional público para alcançar os 10%; e a criminalização das “práticas de conversão”.O LIVRE reconhece a capacidade de decisão e participação cívica ativa e consciente aos jovens, através da defesa do direito de voto a partir dos 16 anos e em decisões sobre o seu corpo e condições de vida, como a interrupção voluntária da gravidez. O LIVRE valoriza o papel do tecido associativo, ativista e sem fins lucrativos de apoio no desenvolvimento juvenil, que também acompanhamos nos Conselhos Municipais da Juventude.O Grupo de Contacto agradece a todas as pessoas que participaram na reunião aberta e o acolhimento do Núcleo Territorial de Sintra no Centro Lúdico de Massamá.

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