Discursando em Gondomar, num comício de apoio ao presidente do município e candidato a um novo mandato, Marco Martins, o líder socialista retomou a importância decisiva dos recursos inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a valorização e desenvolvimento dos territórios, lembrando, contudo, que se estas vão permitir responder a “alguns dos problemas estruturais que o país tem” – como a habitação a rendas acessíveis ou o investimento em equipamentos sociais -,”os fundos comunitários não se esgotam no PRR”.

“O PRR é um suplemento, um complemento muito forte para podermos fazer mais depois da crise terrível que temos estado a enfrentar”, disse António Costa, frisando que também no âmbito dos fundos do próximo quadro comunitário há muito trabalho a ser desenvolvido, com os municípios, as comunidades intermunicipais e as áreas metropolitanas.

“Foi graças a esse esforço conjunto […] que conseguimos hoje o passe único, que é já uma realidade aqui na Área Metropolitana do Porto.

É graças a esse esforço que já temos em expansão a rede de metro do Porto, com algumas linhas já em construção, que municipalizámos a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e a STCP fez acordos com os municípios da coroa metropolitana”, indicou.

Perante os aplausos da plateia, António Costa salientou que “é preciso fazer mais e melhor”, e assumiu o compromisso de, “no próximo ciclo de financiamento comunitário”, que decorrerá nos próximos sete anos, construir uma nova linha, “ligando definitivamente Gondomar à linha de metro de toda a primeira coroa metropolitana”.

“E é continuando a trabalhar em conjunto, mantendo-nos no caminho certo, que nós conseguiremos garantir o futuro. E é preciso prosseguir no caminho certo, no caminho que, a nível nacional, nos permitiu apostar na descentralização, que nos permitiu negociar na Europa um PRR, que nos permite definir como uma prioridade executarmos o PRR”, frisou, sem deixar também de reforçar uma crítica.

“Eu tenho muita dificuldade em perceber a raiva que alguns partidos demonstram ter ao Plano de Recuperação e Resiliência e devo-vos dizer o seguinte: o PS não vai ganhar os 308 municípios. Alguns, seguramente, hão de ser ganhos por outros partidos. Mas a grande sorte desses partidos é não terem os seus partidos no Governo porque, se os tivessem, não teriam PRR e, pelo contrário, não teriam meios para fazer o que todos os municípios vão ter condições para poder fazer”, salientou.

Fecho da Galp em Matosinhos mostra que transição energética tem de ser responsável e solidária

Em Matosinhos, onde participou num comício de apoio à autarca e candidata socialista Luísa Salgueiro, o líder do PS deu também um exemplo do imperativo de um trabalho conjunto em defesa do desenvolvimento do território, criticando duramente a decisão da Galp em encerrar a refinaria no concelho sem acautelar a requalificação e as oportunidades de futuro dos trabalhadores, sem “a menor consciência de responsabilidade que qualquer empresa – e em particular uma empresa daquela dimensão – tem para com o território onde está instalada” e sem dialogar com a autarquia ou com o Estado.

“Era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade, tanta irresponsabilidade, tanta falta de solidariedade como aquela que a Galp deu provas aqui em Matosinhos”, apontou, manifestando a sua solidariedade para com a autarca Luísa Salgueiro e deixando uma garantia: “Este processo tem de ser exemplar. E quem se porta assim tem de levar uma lição. Tem de levar uma lição para que esta lição seja exemplar para todas as outras empresas que vão ter de enfrentar processos semelhantes, neste processo de transição energética”.

António Costa sustentou que é necessário fazer a transição energética e trabalhar para a descarbonização da economia, mas fazendo-o com consciência social e responsabilidade. “E é para isso que o Fundo de Transição justa tem de ser ativado, para trabalharmos em conjunto com o município de Matosinhos para garantir que, em primeiro lugar, aqueles que perdem aqui o seu posto de trabalho têm novas oportunidades para prosseguirem com dignidade a sua vida”, referiu, acrescentando também que pretende trabalhar com o município para garantir que o território antes ocupado pela refinaria seja destinado para desenvolver “a economia e para o progresso do território de Matosinhos”.

“Dotar os territórios das infraestruturas essenciais”

Já no concelho da Maia, na primeira de três ações de campanha que preencheram a tarde de domingo, onde esteve em apoio ao candidato à autarquia local, Francisco Vieira de Carvalho, o Secretário-geral do PS defendeu também que é “absolutamente fundamental” dotar os territórios “das infraestruturas essenciais” para que possam interligar-se mais entre si e apoiar o fortalecimento e o desenvolvimento do tecido empresarial.

Sublinhando que a pandemia atingiu “profundamente” o país do ponto de vista económico, António Costa salientou que é preciso “apoiar as empresas que sofreram muito ao longo destes meses” e aqueles que “perderam o emprego” ou o “rendimento”. Nesse sentido, o líder socialista frisou que é necessário “fazer a ponte entre as empresas e os centros de produção de conhecimento”, como as universidades ou os politécnicos, que considerou serem “molas fundamentais” da “capacidade de inovação”.

Exemplificando com as especificidades da Maia, António Costa salientou que o concelho se encontra numa “corda muito importante” do “tecido empresarial português”, que se estende até ao distrito de Braga, reafirmando, como tinha já assinalado em Vila Nova de Famalicão, que um eixo “fundamental” da região é a estrada Nacional 14 representa um eixo fundamental para a região.

“E nós temos de ajudar a desenvolver todo este território, desde a Maia até Vila Nova de Famalicão, de ajudar a estruturar este território como um dos grandes territórios, um dos territórios mais dinâmicos para ajudar a desenvolver o país”, apontou, vincando que o “tempo urge” e que, numa altura em que o país se prepara para ter a pandemia sob controlo, este é “o momento de olhar para o futuro”, com a “compreensão que o futuro começa já hoje”.

“E é por isso que temos de arregaçar as mangas, pôr mãos à obra porque não há tempo a perder”, disse António Costa, dando como exemplo o concelho da Maia para afirmar que “precisamos de ter em todos os municípios autarcas com a energia, a ambição e a determinação do Francisco Vieira de Carvalho”.

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